quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Por que usarmos “ dívidas” e não “ofensas” na recitação do Pai Nosso

“Cristo ensinou e usou a palavra dívidas e não ofensas. Por que Jesus usou a palavra dívidas e não ofensas?
Porque as ofensas graves que fazemos a Deus nos são perdoadas no Sacramento da Confissão e não na recitação do Pai Nosso. Quando confessamos pecados mortais na confissão e somos absolvidos, o confessor ainda nos dá uma penitência, porque, embora tendo recebido o perdão da culpa grave e do castigo eterno que ela nos traria caso morrêssemos com essa culpa grave, temos ainda dívida com Deus que procuramos pagar com a penitência.
Foi Lutero quem atacou o Sacramento da penitência. Esse heresiarca dizia que tudo o que o homem faz é pecado. Até rezar seria pecado. Lutero então considerava que o homem é incapaz de fazer o bem, de fazer penitência. Por isso era contra as boas obras. O homem deveria ter fé que estava perdoado. E como prova que confiava no perdão e que acreditava que se estava perdoado, Lutero recomendava pecar e não rezar. Pecado sem medo provaria que se acreditava plenamente no perdão.
A distinção católica entre o perdão das culpas mortais, no sacramento da Confissão, e o pedido de perdão das ofensas, provém da distinção entre culpas leves e culpas graves que Lutero negava. Para ele tudo era igualmente pecado. Ele não diferenciava pecado grave de pecado venial. Daí, os que mudaram no Pai Nosso a palavra dívidas por ofensas – dividas que nos restam pagar mesmo depois da absolvição sacramental - terem acabado com o confessionário e com a confissão pessoal. Eles introduziram abusivamente a absolvição coletiva, que o papa Bento XVI tem combatido.”

www.montfort.org.br