domingo, 1 de outubro de 2017

Santo Tomás de Aquino se opunha a fronteiras abertas


“Em um surpreendentemente contemporânea passagem de sua Summa Theologica, Aquino observou que o povo judeu dos tempos do Velho Testamento não admitia visitantes de todas as nações igualmente, já que os povos mais próximos deles eram mais rapidamente integrados na população do que os não tão próximos.
Alguns povos antagonistas não eram admitidos em Israel devido a sua hostilidade em relação ao povo judeu.
A Lei "prescrevia em relação a certas nações que mantinham relações íntimas com os judeus", declarou o erudito, como os egípcios e os idumeus, "que fossem admitidos em comunhão com o povo após a terceira geração".
Cidadãos de outras nações "com quem suas relações haviam sido hostis", como os amonitas e os moabitas, "nunca seriam admitidos na cidadania".
"Os amalequitas, que ainda eram mais hostis a eles, e que não tinham irmandade de parentesco com eles, deveriam ser mantidos como inimigos em perpetuidade", observou Aquino.
Para o erudito, parecia sensato tratar as nações de maneira diferente, dependendo da afinidade de suas culturas com a de Israel, bem como suas relações históricas com o povo judeu.
Em seu comentário notavelmente matizado, Aquino também distinguiu entre três tipos de imigrantes no Israel do Antigo Testamento.
Primeiro eram “os estrangeiros que passavam por suas terras como viajantes", como os visitantes modernos com um visto de viagem.
Segundo, aqueles que "vinham morar em suas terras como recém-chegados", que aparentemente correspondiam a estrangeiros residentes, talvez com um green card, vivendo na terra, mas não com todos os benefícios da cidadania.
Um terceiro caso envolvia aqueles estrangeiros que desejavam "ser admitidos inteiramente em sua comunhão e modo de adoração". Mesmo aqui, lidar com aqueles que desejavam integrar-se plenamente à vida e ao culto de Israel exigia uma certa ordem, observou Aquino. "Porque eles não foram imediatamente admitidos na cidadania: assim como era lei com algumas nações que ninguém era considerado cidadão, exceto após duas ou três gerações".
"A razão para isso era que, se os estrangeiros tivessem permissão para interferir nos assuntos de uma nação, assim que se estabelecessem em seu meio", argumentou logicamente Aquino, "muitos perigos poderiam ocorrer, já que os estrangeiros que ainda não tinham o bem comum firmemente no coração poderiam tentar algo prejudicial ao povo".
Em outras palavras, Aquino ensinava que a integração total dos imigrantes na vida, linguagem, costumes e cultura (incluindo o culto, neste caso) era necessária para a cidadania plena.
Leva tempo para que alguém aprenda quais as questões que afetam a nação e as torne próprias, argumentou Aquino. Aqueles que conhecem a história de sua nação e têm vivido nela, trabalhando pelo bem comum, são os mais adequados para participar na tomada de decisões sobre seu futuro.
Seria perigoso e injusto colocar o futuro de uma nação nas mãos de recém-chegados que não compreendem completamente as necessidades e preocupações de seu lar adotivo.
Quando enfrentamos problemas contemporâneos, os legisladores modernos geralmente podem se beneficiar da sabedoria dos grandes santos e estudiosos que lidaram com versões dos mesmos problemas em épocas passadas.
As reflexões de Aquino revelam que problemas semelhantes existem há séculos - de fato, milênios – e que distinguir prudentemente entre nações e culturas não implica automaticamente preconceito ou discriminação injusta.
Às vezes, é apenas a coisa certa a fazer.”
(Thomas D. Williams, Why Saint Thomas Aquinas Opposed Open Borders)

Original em: http://www.breitbart.com